
Jornalista Christian Camargo comenta situação de Tatuí.
Na segunda-feira (6), a empresa Lopesco Indústria de Subprodutos de Origem Animal, instalada em Tatuí na década de 1970 na Via Municipal Antonio Lopes, 603, encerrou suas atividades no município. Os empregados foram surpreendidos após voltar de férias coletivas. A Lopesco faz parte do grupo Adeste – Indústria de Produtos Animais Ltda. Em comunicado oficial foi notificado, em poucas palavras e sem nenhuma explicação, o encerramento de suas atividades. Segundo consta, em razão desta medida, mais de 300 funcionários serão dispensados de suas funções.
A empresa emitiu comunicado e informa que “encerrou hoje (dia 6) as atividades produtivas da unidade industrial situada em Tatuí – São Paulo (Lopesco), responsável pela produção de envoltórios naturais”. Esta decisão foi tomada “com base em análises de mercado, que revelaram a inviabilidade de manutenção da operação, em função do cenário econômico global que impacta o setor”. Na nota oficial, a direção “aproveita a oportunidade para agradecer aos que fizeram parte desta longa história” e salienta que “está oferecendo o suporte necessário a todos”.
A Prefeitura de Tatuí reproduziu a nota em sua página oficial na internet e informa que “segundo consta, recentemente o grupo empresarial encerrou atividades em outros estados brasileiros, nas cidades de Colmeia (TO), Mirassol d’Oeste (MT), Carapicuiba (SP), Araguari (MG) e Rio Brilhante (MS) e estaria dirigindo seus investimentos para unidades do Mercosul, como o Paraguai”. E que, segundo funcionários da Lopesco, “os diretores da empresa comunicaram que seus direitos trabalhistas serão pagos”.
No início, empresa polêmica
No início de suas atividades em Tatuí, a Lopesco tornou-se uma empresa polêmica e que gerava muitas reclamações de moradores, principalmente em seu entorno. Por industrializar produtos de origem animal, um forte odor incomodava as pessoas e a empresa teve que suportar denúncias na Cetesb. Com o passar dos anos, houve maior controle através de aprimoramento de seus equipamentos e a Lopesco passou a ter uma convivência pacífica e harmônica com a população.
Dia 23 de dezembro de 2018, antevéspera de Natal, tudo correu dentro da normalidade e os empregados se confraternizaram em uma grande festa. No decorrer de 2019, o mercado ficou difícil e inviabilizou a manutenção da unidade de Tatuí. A empresa se dedicava ao beneficiamento de tripas bovinas, suínas, eqüinas e ovinas, Durante o processo de produção, no início de suas atividades no Brasil, e usou a tecnologia para a criação de fios cirúrgicos de sutura e entrou no mercado da saúde.
CHEFE DE GABINETE SE MANIFESTA
A crise econômica brasileira, com os indicadores de crescimento de 2019, gera um desalento e qualquer perda de empregos no mercado de trabalho é motivo de preocupação. Na segunda-feira (6), o jornalista Christian Pereira de Camargo, chefe de gabinete da Prefeitura, manifestou sua opinião a respeito do fechamento da Lopesco. Diz o assessor que “Após ler muita bobagem na internet, resolvi me posicionar sobre o assunto. É uma opinião pessoal. E estou aberto ao diálogo – de bom senso. A questão do emprego é um desafio para o Brasil. Dados revelam que o País tem hoje aproximadamente 13 milhões de desempregados. Em Tatuí, não é diferente. Há muitos desempregados e hoje tivemos a triste notícia do fechamento da Lopesco, empresa de subprodutos de origem animal, que está direcionando seus negócios para o Paraguai. Mas, o que tem sido feito pela Prefeitura de Tatuí? Essa pergunta merece resposta e reflexão.
Tatuí tem uma Lei de Incentivos Fiscais e Tributários (a Pró Tatuí), que tem produzido bons resultados nos últimos três anos (depois de ficar engavetada 4 anos). É através dessa lei que novos investimentos ganham o “reforço” do incentivo fiscal e tributário. Quem foi beneficiado desde então? As empresas Hubell Delmar, Marquespan e Santista – para expansão de suas atividades – e Yazaki do Brasil (que viveu uma grande crise devido à queda econômica no setor automotivo), para superar o déficit da unidade local – são algumas delas. Também através dessa lei, alguns pequenos e médios empresários fizeram negócios e geraram empregos. Vide a expansão do Hotel Del Fiol e as instalações do Mc Donald´s e do Hotel Ibis, alguns exemplos. A boa notícia é que no final de dezembro/2019, empresários de origem espanhola compraram uma área de 3 hectares – próximo à SP-127, para a construção de um grande empreendimento comercial. Pagaram pela área algo em torno de R$ 8 milhões. É sinal que não estão para aventuras, mas para gerar negócios, após uma séria pesquisa de mercado. Certamente, no momento que o projeto do novo empreendimento estiver concluído, farão uso da Lei Pró Tatuí. É justo, pois irão gerar renda e emprego (em torno de 500, diretos e indiretos).
Não vamos esquecer os números nesta manifestação. Os oficiais, segundo informações do CAGED (Cadastro de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego (hoje Ministério da Economia). Importante lembrar que em Tatuí na gestão do ex-prefeito Gonzaga foram gerados mais de 10 mil empregos formais, isto é, com carteira assinada. Foi na gestão do Gonzaga que se instalou a Guardian (a maior indústria geradora de tributos do Município), a Sadia comprou a Big Foods; a FBA se expandiu e outras empresas médias e pequenas (Llamada, Gralha Azul, etc). Depois, entre 2013 e 2016, na desastrosa gestão do ex-prefeito Manu (pontes no chão, “churrasqueira” e outras “lambanças”), foram fechados mais de 5 mil postos de trabalho. Chegamos ao presente – na gestão da prefeita Maria José, que herdou o caos instalado. Em 2019, Tatuí fechou até novembro (os números de dezembro não foram ainda lançados pelo CAGED), com 552 novos empregos formais. Não é o ideal, mas é o recomeço. Tenho a certeza, que se o Brasil voltar a crescer, Tatuí irá gerar mais empregos e teremos mais indústrias e grandes empresas. A Lei do Pró Tatuí será um dos vetores do nosso desenvolvimento, assim como o novo Plano Diretor de Desenvolvimento, recém aprovado pela Câmara de Vereadores.
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