Na última semana, além de outros deslizes verbais do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o que se discutiu foi sua vontade paterna de transformar seu filho em embaixador e representar a diplomacia brasileira nos Estados Unidos América (EUA). Justificação do presidente Bolsonaro cuja razão de ser apóia-se na insuficiência curricular de quem pretende ser o sucessor na Missão Diplomática do Brasil, em Washington, DC. Está o filho de Bolsonaro preparado a suceder Joaquim Nabuco, Gonçalves de Magalhães (precursor do Romantismo brasileiro, com sua conhecida obra “Suspiros Poéticos e Saudades”), Salvador de Mendonça (fundador da Academia Brasileira de Letras, idealizador do movimento republicano no Brasil e um dos signatários do “Manifesto Republicano”, divulgado em 3/12/1870 na Capital do Império), Assis Brasil (autor do Código Eleitoral de 1932, de notável repercussão no plano jurídico e político), Domício da Gama (sucessor de Joaquim Nabuco, na Embaixada do Brasil nos EUA, por escolha pessoal do Barão do Rio Branco, foi também um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e Ministro de Relações Exteriores de nosso País), Oswaldo Aranha (presidiu a Assembleia-Geral da ONU, na histórica sessão de 29/11/1947, e, nessa condição, foi um dos grandes responsáveis pela aprovação do “Plano de Partilha e Partição da Palestina”, que teve por consequência a fundação do novo Estado de Israel em 14/5/1948), Vasco Leitão da Cunha (foi Ministro das Relações Exteriores), Roberto Campos, Mário Gibson Barbosa (foi Ministro das Relações Exteriores), Azeredo da Silveira (também Ministro das Relações Exteriores), Araújo Castro, Rubens Ricúpero, Sérgio Correia da Costa, entre tantas outras notabilidades que ocuparam a Embaixada do Brasil na Capital Americana.
Em artigo publicado na Folha de São Paulo, na sexta-feira passada, a jornalista Mônica Bérgamo informa que a indicação de Eduardo Bolsonaro para a Embaixada do Brasil em Washington pode ser barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a jornalista, ministros discutem entre si sobre a inconstitucionalidade da decisão de Jair Bolsonaro de escolher o próprio filho para o cargo. Um embaixador, na visão deles, representa o Brasil e não a pessoa do presidente.