
Delegado Youssef Abou Chain disse que vai atender algumas demandas de Tatuí.
Na terça-feira (26), a prefeita Maria José Vieira de Camargo foi recebida pelo delegado Youssef Abou Chain diretor da Delegacia Geral de Polícia do estado de São Paulo. A prefeita, acompanhada de assessores, reivindicou o aumento do efetivo da Polícia Civil de Tatuí. Atualmente o número de delegados, escrivães e investigadores, providos pelo estado, não é suficiente para que este organismo policial funcione satisfatoriamente no município de Tatuí. E para agravar ainda mais a situação o plantão policial atende outros municípios de região. Vítimas de Capela do Alto, Cerquilho, Quadra e Cesário Lange, fora do horário de funcionamento das delegacias destas cidades, obrigatoriamente devem ser atendidas em Tatuí, conforme os registros dos boletins de ocorrência. Para atender a demanda a Prefeitura de Tatuí disponibiliza 26 funcionários municipais, sendo 16 na Delegacia Central, na Travessa Amaro Padilha, e dez na Delegacia de Defesa da Mulher.
A assessoria de imprensa, que acompanhou a visita ao Delegado Geral, informa que a prefeita Maria José apresentou um ofício e expôs sobre a situação crítica em que se encontra o quadro funcional da Polícia Civil de Tatuí.
O documento revela que a Delegacia Central de Polícia funciona com apenas 30 funcionários do Estado. São 5 escrivães, 9 investigadores, 1 papiloscopista, 5 agentes policiais, 7 carcereiros, 1 agente de telecomunicações e 1 oficial administrativo. Revela ainda o documento que para agravar a situação, deste efetivo, 15 funcionários estão com direito para ingressar com a aposentadoria, 4 aguardam a aposentadoria, 12 estão readaptados, 4 aguardam chamamento em outro concurso, 2 estão emprestados para outras unidades e 2 estão de licença médica. Ao apresentar este relatório, a prefeita explicou que a preocupação é que até o fim deste ano, se não houver providências por parte do Governo do Estado, vai ficar inviável o trabalho da Polícia Civil.
Na Delegacia de Defesa da Mulher são apenas 5 servidores estaduais ali lotados, sendo 2 escrivães, 1 investigador, 1 carcereiro e 1 oficial administrativo. Deste efetivo quatro estão com direito para ingressar com a aposentadoria e dois estão readaptados.
A prefeita pediu a atenção da Delegacia Geral de Polícia para a situação de Tatuí. Ela disse que o município faz a sua parte e colabora de diversas formas para manter os serviços policiais. Ela ainda enfatizou que decisões administrativas não permitam que a cidade perca mais policiais civis empossados em concurso público. E alerta: “senão é trocar seis por meia dúzia. O déficit continua. Chega o funcionário novo e o antigo é remanejado, quase sempre para Itapetininga”. Esta observação da prefeita faz alusão à submissão de Tatuí à Delegacia Seccional de Itapetininga.
O delegado geral ouviu as demandas apresentadas e disse que novos concursos deverão acontecer e Tatuí será contemplada com mais efetivo. Acrescentou ainda que até o fim do ano a Delegacia de Tatuí receberá dois novos delegados de polícia e, provavelmente, mais escrivães e investigadores, para compor o quadro funcional da Polícia Civil.
Maria José estava acompanhada pelo secretário de Governo, Luiz Gonzaga Vieira de Camargo, secretário de Segurança Pública e Mobilidade Urbana, Jose Roberto Xavier da Silva, chefe de gabinete Christian Pereira de Camargo e por Lucas Chioda, assessor do deputado federal e secretário da Casa Civil. O delegado geral adjunto Júlio Gustavo Vieira Guebert também participou da reunião.
Ministro do STF visita Delegacia de Tatuí
Em janeiro de 2017, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao tomar conhecimento sobre a falta de recursos humanos fez questão de visitar a Delegacia de Polícia de Tatuí. Ele apareceu de surpresa, acompanhado do jornalista José Reiner Fernandes, editor do Jornal Integração, e foi recebido pelo delegado Emanuel dos Santos Françani, hoje na titularidade da delegacia. O ministro tomou conhecimento a respeito do estado precário em que funciona a delegacia e disse que passaria suas impressões para Alexandre de Moraes, então secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo e hoje ministro do STF e colega do decano.
A situação política de Tatuí perante o Governo do Estado, na área da Polícia Civil, cada ano vai de mal a pior. Tatuí foi Delegacia Seccional de Polícia e teve três distritos policiais. Os titulares da Secretaria da Segurança Pública, que sucederam o então secretário Michel Temer (hoje ainda presidente da República), no governo Fleury, somente desorganizaram a Polícia Civil. Além de extinguirem todas as conquistas na área de segurança pública, ainda rebaixaram a Delegacia de Polícia de Tatuí para Segunda Classe. Ela só voltou a ser de Primeira Classe por iniciativa do governador Geraldo Alckmin. depois que um cidadão o alertou sobre esta arbitrariedade cometida com o município de Tatuí.